APC e a Fisioterapia na Doença de Parkinson. Entrevista: Professora Wilma Costa Souza
Realizamos em 15/3/2019 uma entrevista com a Professora Wilma Costa Souza sobre a atuação da APC, os diversos aspéctos da Doença de Parkinson e os inúmeros benefícios para os pacientes do tratamento fisioterapêutico associado a outras disciplinas. Confira abaixo!
Quais os objetivos da APC?
A APC foi fundada em outubro de 2008 com objetivo de acolher as pessoas com Doença de Parkinson e seus familiares e cuidadores. Desde o ano 2000 já atendíamos pessoas com DP no Centro Municipal de Reabilitação do Engenho de Dentro. Inicialmente havia uma grande demanda para tratamentos. É também nossa meta a luta pelos direitos dos pacientes.
Por que há dificuldades na oferta desses tratamentos?
Ao longo dos últimos anos vimos, cada vez mais, uma grande diminuição da oferta de atendimentos na rede SUS, especialmente para doentes crônicos. A Doença de Parkinson atinge principalmente pessoas próximas da terceira idade. Por serem idosas já convivem com muitas doenças relacionadas ao envelhecimento. Quanto à DP, necessitam não só de medicamentos, mas diferentes atendimentos que contribuem para melhor qualidade de vida.
Fale um pouco sobre a Doença de Parkinson.
Trata-se de uma doença degenerativa crônica e evolutiva que ocorre quando neurônios que produzem dopamina degeneram-se, diminuindo sua quantidade no cérebro. Quando a perda de dopamina é muito grande aparecem os sinais e sintomas da doença. O tratamento medicamentoso é fundamental em todos os casos.
Como é esse tratamento com medicamentos?
Há vários tipos de medicamentos para a DP. Há aqueles que repõem a dopamina, que imitam a ação da dopamina ou inibem a degradação desse neurotransmissor.
E funciona?
Sim, pode melhorar e muito os sinais e sintomas. Como eles variam de pessoa a pessoa a cada fase da doença, o neurologista experiente sabe combinar os medicamentos da melhor forma para maior benefício do paciente. Há outras especialidades que contribuem para garantir a melhor qualidade de vida possível.
Que especialidades são essas?
Há diversas modalidades de Fisioterapia que tratam a dor músculo esquelética, as alterações do equilíbrio e marcha, assim como as dificuldades no uso das mãos para atividades do dia a dia. A melhora da capacidade cardiorrespiratória também é nosso foco.
A Fonoaudiologia trata as dificuldades de fala que, muitas vezes, se apresenta monótona, com baixo volume e de deglutição, ou seja engasgo durante a alimentação.
O tratamento psicológico ajuda o indivíduo a melhor lidar com as dificuldades trazidas pela doença.
Há algum outro tratamento?
De modo geral, toda prática que envolve movimentos amplos é importante. O paciente pode praticar algum tipo de esporte, de acordo com suas possibilidades. Por exemplo: caminhada, bicicleta, boxe, natação e outros. Temos na APC jogos em realidade virtual onde pode-se praticar tênis, boxe, boliche etc. com objetivo de melhorar o equilíbrio.
As técnicas de fortalecimento muscular na academia ou no ambiente da Fisioterapia podem ajudar muito.
A Dança é conhecida como atividade aeróbica que trabalha equilíbrio, controle postural, ritmo e expressão corporal.
Problemas emocionais podem piorar a Doença?
Estados depressivos ou manifestações de ansiedade, por exemplo, podem ser observados e muitas vezes afastam o paciente do tratamento piorando seu estado físico. Oferecemos tratamento psicológico em parceria com a Universidade Celso Lisboa. Em alguns casos são necessários medicamentos específicos.
Temos duas Práticas Integrativas Complementares que propiciam bem-estar, relaxamento e serenidade que são a Massagem de Som Peter Hess e o Reiki.
Além dos tratamentos que outros serviços vocês oferecem?
Ao longo do tempo nos transformamos em um centro de convivência. Pacientes e cuidadores encontram diariamente em nossa sede, um café e um dedo de prosa. Sempre que possível realizamos festas e passeios a parques e museus.
Há também palestras sobre temas importantes de saúde e específicos sobre Parkinson.